Barbara Coimbra





O Futuro Chegou Para Buscar.



Vem Prudence, vem voar... www.voaaguaviva.blogspot.com



um dia o futuro vem te buscar, até lá, Prudence, porque não sai para brincar?



Não sei onde eu tô indo, mas sei que eu tô no meu caminho.

“Estudei numa escola experimental,
O meu pai é fotógrafo profissional,
Minha avó faz mapa astral legal.”

Estávamos no carro voltando de Petrópolis, aquela coisa, eu era só amiga mas todo mundo dizia que era namorada, e era quase isso mesmo. E a mãe dele, a de pés pequenos, dizendo que tinha estudado numa escola tipo a minha, mas ela não gostava não, falou dos índices de suicídio e o caralho a quatro, que era por isso que ela era assim. Eu, eu gostava, aliás, gostar era pouco. Lembro muito bem de quando entrei pela primeira vez pelo muro amarelo, a primeira coisa que eu perguntei, realmente, foi dos índices de suicídio, mas fiquei mesmo espantada foi com o tamanho, eu estava saindo de uma igreja metodista cinza para ir para um jardim colorido, aquilo ali era, literalmente, uma casa. E que casa, foi mais casa pra mim do que a onde eu dormia. Quando eu ficava triste, fugia pra lá, subia na árvrinha, passava a tarde inteira rondando o pátio de três metros. Acabei virando estagiaria do professor de artes visuais, foi lá também que descobri que queria ser professora, de artes visuais. Nada minimamente parecido com aqueles metodistas loucos que chamaram meus pais, mas eram loucos mesmo!, foram reclamar que eu tinha pulado o muro pra fugir da escola, idiotas, e tinha mesmo. A mãe dele olhava pra trás e brincava comigo, enquanto dirigia, e ele enlouquecia mandando a mãe segurar o volante, ela nem aí..., cantando pra mim, adaptando pra mim Que estudei numa escola experimental, o meu pai era fotógrafo profissional, minha avó fazia mapa astral legal, e o pior era que fazia. Dentro daquele carro eu nem imaginava que ia mudar de casa, pra uma bem parecida, também de muro amarelo, a dos mais velhos. E eu mudei, e quando entrei lá pela primeira vez eu vi: eu ia pular muito aquele muro. E pulei, pulei, pulei. O sistema era legal, a minha turma era legal, não sei bem porque eu não gostava, mas não gostava mesmo. Eu odiava aquele lugar, não tanto quanto a igreja metodista, mas era foda pra mim. Quando eles começaram a reclamar que eu pulava o muro no fundo do quintal da escola eu parei de ir. Parei, assim: Parei. Só voltei uns meses depois, não tanto pela minha mãe choramingando, e mais porque caiu a ficha que as faltas iam me repetir. E repeti. Mudei pruma outra, tive que fazer prova e tudo. Federal, e as pessoas olham com orgulho, eu passo na rua e os olhinhos brilham para o meu distintivo. Distintivo escroto. Uniforme escroto. Ô sisteminha medíocre, mas é aquela coisa, é publico, eu tenho que passar de ano... é só uma fase, são só os melhores anos da minha vida trancafiada numas grades azul marinho com uns inspetores pervertidos fiscalizando a altura da minha saia e se certificando que a meia branca não tem detalhes coloridos. E daí que eu não me socializo, são só dez minutos de intervalo mesmo... Nada, nada que eu pudesse comparar com o chegar na casa amarela depois de um mês inteiro faltando, jogar uma havaina prum lado, a outra pro outro e me estirar no chão pra pegar o sol da manhã.
Hoje eu voltei lá onde eu repeti. Onde eu jurei que nunca mais ia entrar, onde eu desejei mais que tudo não estar, vi uma formatura linda, linda, e sabe, ainda me sentia parte daquilo, e imagino como vai ser ano que vem, vendo todo mundo indo embora do colégio, nunca mais vão ter aula de química!, e as fotos vão aparecer no telão, e os professores vão dar os diplomas e as maçazinhas e eles vão estar emocionados e tudo mais, alguns vão pra faculdade, outros vão arrumar um trampo, tem gente que vai até pra Israel. Eu não, eu estarei pulando o muro com o Zezinho no fundo do quintal da escola, eu sempre estive lá.



Se você quiser contar comigo é melhor não me chamar pra jogábola

Uma cena que eu nunca vou esquecer foi o campeonato de futebol do colégio.
Enquanto o resto da turma se juntava pra bate uma bola,
eu pulava o muro no fundo do quintal da escola.



O Maior Amor do Mundo



Oito Anos

Por que você é flamengo e meu pai botafogo? O que significa"impávido colosso"? Por que os ossos doem enquanto a gente dorme? Por que os dentes caem? Por onde os filhos saem?
Por que os dedos murcham quando estou no banho? Por que as ruas enchem quando está chovendo? Quanto é mil trilhõesVezes infinito? Quem é jesus cristo? Onde estão meus primos?Well, well, well Gabriel...
Por que o fogo queima? Por que a lua é branca? Por que a terra roda? Por que deitar agora?
Por que as cobras matam? Por que o vidro embaça? Por que você se pinta? Por que o tempo passa? Por que que a gente espirra? Por que as unhas crescem? Por que o sangue corre? Por que que a gente morre? Do que é feita a nuvem? Do que é feita a neve? Como é que se escreve Ré...vei...llon?
Well, well, well Gabriel...



Seu nome não é a toa.

"Mesmo se for só, não vou ceder. Deus vai dar aval sim, o mal vai ter fim. E no final assim calado eu sei que vou ser coroado rei de mim."



Aprende a respirar violeta, violeta em todo o seu peito... e solta rosa, e manda só rosa para ele, só rosa. A luz azul de São Miguel sobre você, e respira paz, respira só paz. O nó vai se desfazendo no seu coração, tudo de ruim vai desaparecendo enquanto a espada de São Miguel limpa seu corpo. Segura a sua espada, que deus colocou essa missão na sua mão, seu nome não é a toa.
Sente ao invés de Pensar!



deserto

ouça meus ohos, meus lábios
acende esse cigarro, vamos para o sul
se chover é nossa vez, mas só se chover
que só eu posso te consolar
você olha para todo mundo, mas só me vê.
Me procura em cada canto de olho, risada e virilha
Por causa das flores que nós saimos para comprar juntos.


... Fadas são muito pequenas... só cabe um sentimento de cada vez. aí eu disse, mas como que eu posso ver as asas pra ter certeza? e ele disse que agente tem que fazer como os fisicos quanticos, a gente chacoalha ela e tenta descobrir pelo som que faz o que que tem dentro, é pegar chacoalhar e ver, Ah fez assim, é ela é uma fada...



Idéia para um Peça

- Me devolve, vou saltar agorinha...
[Ele de máscara de teatro, rindo e chorando ao mesmo tempo – ele sempre usa esta mascara -, amarrando a faixa na cabeça, a faixa mais colorida e bonita que já existiu, com fios trançados a ouro. Um azul, vermelho e roxo que causava êxtase.]
- ‘Peraí, vou saltar com você...
Uma voz em off: Ele sempre saltava com ela, sempre não, sempre é exagero, fazia já algumas semanas que não saltava no primeiro ponto depois da curva, que não pegava o mesmo ônibus. Muitos desencontros.
[Eles saltam numa ruazinha cinza, conversando besteiras, de palhaços a reis, mas não deixam de se encarar no silêncio dos intervalos, na pausa de cada palavra, um desconcerto de olhar para o lado, procurando não olhar o nada, mas isso só da parte dela. Ele não, ele nem nota, já notando desde sempre. E passam da casa dela]
- Me acompanha. [ele diz, tudo acontece de forma bem exagerada, tudo teatral, oferece o braço, riem e tal e coisa e coisa e tal.]
[Param numa esquina, uma brincadeira com chapéu e outra com faixa, umas histórias para contar, nada demais.]
- É melhor assim, arrumado fica feio
- É ‘tá uma bosta... Estou deixando crescer. [ela mexendo no cabelo.]
[As mãos estão juntas, n’um eu-sinto-o-que-você-sente-e-você-sente-o-que-eu-sinto.
Ela desvia de um beijo, de um abraço, de um toque qualquer, segurando a mão, sem nunca soltar a mão.]
- Não, dá... não dá... [mexendo nos botões. Vira uma quase discussão, que não se tem o que discutir. Toca o celular, dela. Tudo com um ar meio Desapontado.]
E na verdade nada mais que interesse... nada mais que tenha graça, não que tivesse antes. Mas o final fica bonito:
- Estou indo.
-Ah, não... não... [conformado, mas esperando um augúrio de Deus]
-depois a gente se fala.
-depois a gente se fala. [Ele diz em eco, os dois se viram, e andam em frente, sem olhar mais p’ra trás. Ela vira a esquina aos tropeços. não chora. E espera o elevador sem perceber que ele já chegou pensando em escrever uma peça.
Ele eu não sei, não olhei mais para trás.].



é fraco e fácil de ser forçado.

Ela tem um desenho igual o meu, e um gemido em meio a neblina de dentro do corpo, um olhar perdido de baixo da árvore se perdia nos carros, se perdia na neblina clara e espessa, neblina branca, mas tão branca quanto céu de agosto quando chove, que chove claro e espesso, chove e pinica a ponta do nariz, coça, coça... É assim quando, em agosto, chove.
Mas não era agosto. A chuva nem se notava chuva, eram uns pingos grossos e pesados, separados, às vezes sim, às vezes não. Era um dia claro e bonito de céu azul e voluntários da pátria, e nos refugiamos embaixo de uma árvore pequena e baixa O sangue da minha perna não estancava, e tinha sido um cortezinho tão pequeno, tão de leve, tão de nada... Quando ela mostrou a poesia, fiquei besta, era igual o meu sangue, mas em nanquim. Em potinho de nanquim e ponta 0.1, fraquinha..., e os desenhos... fraquinhos, apesar de tanta tinta, tanta, tanta tinta.
Mas aí a página virou. E já era de eu esperar, tudo sempre surpreende nessa menina de pena e antena laço no pescoço. Tudo sempre surpreende e é tão... É incrível como as reticências são, na verdade, interrogações, de duvidas tão duvidosas que nem se atrevem a perguntar. Elas têm medo e entalam na garganta, nem mesmo sabem o que são, nem mesmo se formulam, que na névoa de dentro do corpo, branca e espessa, nada se formula além da dúvida de se ser duvida. O monstro do Sim-Não da história do Romualdo, Vou Ali e Volto Já, que minha mãe lia pra mim quando eu era pequena.
Pequena, ele a chama de Pequena. Assustador, não?



Para o Portal 818

O amor é para ser distribuído
E não amor fingido porque ele causa dor
O amor é o campo da formosura
Onde está minha imagem pura, Deus foi quem criou
O amor é o trono da verdade
Onde está a majestade, Cristo Nosso Senhor
O amor deve ser bem profundo
Em todo mundo, e para quem acreditou
O amor é o trono de harmonia
Aonde eu descanso, e rezo todo dia
O amor é da Sempre Virgem Maria
Jesus Cristo Salvador, Ele é quem nos guia



Rompante 7.4


que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda que merda aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!



Rompante 7.3

Eu tinha me esquecido o quanto é angustiante ver teu texto da angústia, te imaginar quebrando o copo, ele limpando teu sangue. Eu tinha me esquecido de toda essa merda que é imaginar vocês se abraçando e seu sorriso idiota. Seus braços de polvo, escrota. e esses palavões que me vem na cabeça, que só vão descendo o nível, e a minha vontade de abraçar os braços de polvo, a minha paixão pelo sorriso idiota, que merda, que merda... porque você me faz criança-com-bola-espirrando-sangue? porque sou eu que estouro as suas bolhas? Eu tinha me esquecido o quanto é horrível ter esses rompantes, o quanto eu odeio ouvi-lo te chamar de "Lu". AAAAAAAA que raiva, e porque é que eu choro?



Luz


o dela é com s o meu é com z.

é uma mistura de ternura
e rompantes de medo.



Dos Nossos Desejos

Não posso te desejar nada de mal, nem que eu quisesse...
Mas se eu pudesse, desejaria?
Eu te desejo olhos brilhantes, mas não sou tão segura para vê-los brilhar.
Eu te desejo que não deseje que ele te busque na escola, por favor, não deseje...



uma música bonita de um texto estranho

"Canta, ó Deusa da Sabedoria, a majestade do fogo!
Levantemos nossas taças e brindemos pela Hierarquia das Chamas...
Escancaremos nossas ânforas de ouro e bebamos o vinho da luz até embriagar-nos...
Ó Demóstenes! Quão rápidos foram teus pés em Queronéia...
Mesmer, Cagliostro, Agripa, Raimundo Lulle, a todos conheci, a todos vi, e os chamaram loucos.
De onde tirastes vossa Sabedoria? Por que a morte selou vossos lábios? Que se fizeram de vossos conhecimentos?
Beberei o vinho da sabedoria esta noite, no cálice de vossos augustos crânios e num gesto de rebeldia onipotente me rebelarei contra a antiga dificuldade.
Romperei todas as cadeias do mundo e me declararei imortal, mesmo que me declarem louco...
Empunharei a espada de Dâmocles e farei ruir o inoportuno hóspede...
Porém, não poderás contra mim, muda caveira, porque sou Eterno...
Cristo Ígneo, Cristo ardente, levanto meu cálice e brindo pelos Deuses, e Tu, batiza-me com fogo...
De onde surgiu esta enorme criação?
De onde surgiram estas imensas massas planetárias que, como monstros milenares, parecem sair das fauces do Abismo, para cair noutro mais terrível e espantoso que o primeiro?
Levanto meus olhos ao alto e sobre a cabeça ígnea do maior de todos os sacrificados leio esta palavra: INRI. IGNIS NATURA RENOVATUR INTEGRAM (O Fogo Renova Incessantemente toda a Natureza)."

Pô cara, Irado!



Esperando ser acordada de madrugada

Como eu te idealizei todos esses anos, como eu te esperei, tantos, tantos anos...
E eu vivi cada minimo instante como você, sem você por perto, ms como um espelho epistemológico seu, como um passado reconfigurado em carne e sangue e dor e amor. Cada minimo instante como você, como idealizei, como esperei, mesmo sem esperar, mesmo sem perceber que era você, Laura, que era você que me acordava de noite vestida de vampiro e desenhava na cortina e colava coisas na parece, e eu chorava de madrugada, que você me assustava com esses rituais, as olheiras e as roupas pretas, e você ria, me abraçava e dizia que eu era sua vampirinha que eu era igual a você. E eu tinha vergonha, que não queria ser igual a você, mesmo que no fundo quisesse, mesmo que no fundo fosse, eu só estava sendo eu menininha de sete anos, de doze, quatorze, dezesseis. E de gothicpunkemoposerbunkercultindieneohippieespiritualizada é tudo assim da mesma fora, branca de cabelos pretos, bochechas rosadas e pêlos. E então vejo você amanha, como sonhei durante todos eses anos, esperando ser acordada de madrugada. É assim tão fácil? Eu quero é ir embora com você



Come What May

Never knew
I could feel like this
Like I have never seen the sky before
I want to vanish inside your kiss
Every day I love you more and more
Listen to my heart, can you hear it sings
Telling me to give you everything
Seasons may change, winter to spring
But I love you until the end of time

Come what may
Come what may
I will love you until my dying day

Suddenly the world seems such a perfect place
Suddenly it moves with such a perfect grace
Suddenly my life doesn't seem such a waste
It all revolves around you
And there's no mountain too high
No river too wide
Sing out this song and I'll be there by your side
Storm clouds may gather
And stars may collide
But I love you until the end of time

Come what may
Come what may
I will love you until my dying day

Oh, come what may, come what may
I will love you, I will love you
Suddenly the world seems such a perfect place
Come what may
Come what may
I will love you until my dying day



Debaixo do tempo

às vezes, eu fico nessa de dizer ou não-dizer,
como naquele abraço melhor que chuva.
mas aí eu pensei, enquanto você dançava que nem ó,
aquela baboseira de que eu sinto o que você sente e você sente o que eu sinto,
baboseira que você nem sabe, que eu não te dei essa poesia besta
que se você sente sem falar, então eu também fico em silêncio
num silêncio tão forte que você nunca, nunca,
vai descobrir o som que faço quando gosto ou não gosto
e te beijo, um beijo que se limita a mão-com-mão
um beijo que se limita a um abraço debaixo de chuva
que fica nessa de dizer ou não-dizer e foge sem que você perceba.



de volta pra casa

O homem de terno preto anda na minha frente, e sem para de andar, sorri:
-Ivo, Jesus te ama, e ele é o caminho, não esqueça!
O Ivo sorri do outro lado da rua, com seu bermudão e camisa cor de jegue, sim, sim, cor de jegue, meio bege, e continua andando, olhando meio pra frente meio pro chão.
O homem de terno preto volta a ficar sério, e continua andando, olhando meio pra frente meio pro chão, meio pra frente, meio pro chão, andando... com o terço na mão... e os caminhos são muitos, a montanha uma só.



Crianças de Papel



No fundo eu estou sorrindo

ou Indios

Quem me dera, ao menos uma vez, ter de volta todo o ouro que entreguei a quem conseguiu me convencer que era prova de amizade se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Quem me dera, ao menos uma vez, esquecer que acreditei que era por brincadeira que se cortava sempre um pano-de-chão de linho nobre e pura seda.
Quem me dera, ao menos uma vez, explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir e o futuro não é mais como era antigamente.
Quem me dera, ao menos uma vez, provar que quem tem mais do que precisa ter quase sempre se convence que não tem o bastante e fala demais por não ter nada a dizer
Quem me dera, ao menos uma vez, que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente.
Quem me dera, ao menos uma vez, entender como um só Deus ao mesmo tempo é três e esse mesmo Deus foi morto por vocês - É só maldade então, deixar um Deus tão triste.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer Você de volta prá mim, quando descobri que é sempre só Você que me entende do início ao fim e é só Você que tem a cura para o meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera, ao menos uma vez, acreditar por um instante em tudo que existe e acreditar que o mundo é perfeito e que todas as pessoas são felizes.
Quem me dera, ao menos uma vez, fazer com que o mundo saiba que Seu nome está em tudo e mesmo assim ninguém lhe diz ao menos obrigado.
Quem me dera, ao menos uma vez, como a mais bela tribo, dos mais belos índios, não ser atacado por ser inocente!
... eu quis o perigo e até sangrei sozinho.

Legião Urbana



De Virgem.

É uma pena, não consegui tirar foto das estrelas p'ra você esta noite.
Elas sempre brilham assim forte, quando a lua te ensopa de canções.
E já deixou de ser a mãe, você escreveu.
Tomei p'ra mim o poema, fingi ser meu,
você.



Luz da lua me transformou


fica presa uma lágrima no olho esquerdo toda vez que eu vejo essa cena,
e eu sei as três versões de cor, ainda.



Com um pouco de rancor

antigamente tinha tanto brilho e era tão bom e fabin, e era bonito, sabe, assim... bonito. e natural e einvoluntário e hoje, ahhh.. mas que sem saco de digitar!



Um poema para os seus peitos

(ou Uma Música do Caetano)

Rapte-me camaleoa
Adapte-me a uma cama boa
Capte-me uma mensagem à toa
De uma quasar pulsando loa
Interestelar canoa
Leitos perfeitos
Seus peitos direitos me olham assim
Fino menino me inclino pro lado do sim
Rapte-me, adapte-me, capte-me It's up to me
Coração
Sem querer sem merecer ser um camaleão
Rapte-me camaleoa
Adapte-me ao seu
Ne me quitte pas



Bateu na porta que cansou


passou de encanto ou desencanto,
e esse hiato durou tanto tempo e esse arco-íris desbotou que cansou.
Ainda é bonito, mas envelhecido, “como aquele beijo que foi com o sol”.
E misturam uma e duas e dez histórias, dez amores,
num simpósio, numa noite, num poker de final de semana,
numa espera de praia e de parque e de porta de escola, mais,
mais quarenta minutos... só mais quarenta minutos
, minutos.

E apodrece, e envelhece, esperando os minutos e horas e anos,
“como a mancha daquela roupa que não se usa mais”.
Esperou muito? – A vida inteira.
e desce as escadas, degrau após degrau, degrau após degrau,
alcançada pela velhice, agora ela está vestida de chuva,
com rugas entorno a boca, perambula pelas ruazinhas de botafogo,
ele pega o ônibus no aterro, o primeiro ônibus do aterro,
sobe no trem, foge dela, buscaela, numa cabine:
derrama sua seiva no seu seio. Sujo,
tão sujo que pega na jugular, mas não.
Por serem eles, e só eles,
é a coisa mais limpa e bonita que alguém poderia sonhar.
Misturam-se. Misturam seu calor em espirais de fumaça,
e perdem-se os nomes, o nome... qual era mesmo o nome dela?
Qual era mesmo o rosto dele? Perdido,
mas está comigo está
perdido, em alguma gaveta.



São mãos dadas


Você sente o que eu sinto
,eu sinto.
E eu sei que sinto o que você sente.
Eu digo: Nós sentimos.
E você diz: Mãos.
Nós dizemos juntos, sem dizer nada,
sem dizer uma única palavra.
Mas nós estamos dizendo, juntos,
Que você sente o que eu sinto
e eu sinto o que você sente.
São mãos dadas,
mãos que, juntas, se amam.
Como nós
,de mãos dadas,
juntos, amamos um ao outro,
amamos nossa existência junta.



Sobre Amar

Tem vezes que eu me irrito demais com as coisas, dou muita importância, e desgasta. É cansativo. Viver é cansativo, e eu me escondo num banheiro qualquer de bar e digo: "AH! Pára! Pára de existir!", mas o coração continua a pulsar. As coisas podem ser tão boas, e eu brigo por cada besteira, me deixo levar pela vaidade, pelo ego que estimula a disputa. Meu deus! Eu tenho um espírito muito competidor! Eu disputo tudo! É incrível, e me faz tão mal...
Tem muita gente, importante p'ra mim, que eu não vejo há muito tempo... E não é que eu "goste muito" de cada uma delas, é mais que isso, eu Realmente Amo - quando eu digo que amo muita gente, às vezes pensam que eu estou vulgarizando a palavra, que não é Realmente Amor -, mas e essa diferença entre gostar muito e amar é que é o essencial. Quando a gente Ama, ama um conjunto todo, ama toda a existência daquela pessoa.
É difícil amar às vezes, eu tenho medo dizer que amo, porque tenho medo que a pessoa não me ame...
Aí, amar dói.
Mas na verdade, quando se assume que ama, quando diz "Eu te amo", pára de doer, é sincero demais para doer.
Tem gente que eu amo muito, muito mesmo, e que eu me afastei por motivos diversos.
Geralmente é orgânico, nos afastamos naturalmente, às vezes eu chego a pensar que não sinto mais nada pela pessoa, que passou, mas na verdade, esse amor não muda... que eu me pego lembrando com o coração, e com ternura. E às vezes não dá pra recuperar aquele laço, mas lembrar é bom,
E eu amo na lembrança.



Dear Prudence,


won't you come out to play



Olha pra aquele balão multicor

Lá tinham luzes vermelhas, que lembravam mesmo aquele antigo motel indiano, que não era motel, mas parecia por conta de todo aquele dossel à lá Petra Cotes. E foi mesmo uma grande coincidência, ter encontrado outra vez com o monge do Pequena Índia, que deixou Trinidad Tobago e foi tomar o Santo Daime no dia de São João, ele se preparou para este dia durante seis anos, seis anos, e um suspiro, devoto de Krishna, e eu nunca suspeitaria, naquela noite - debaixo do dossel vermelho -, que o mongerente ainda iria me contar toda a sua experiência com as dinvidades do fogo, ao pé da fogueira, um abraço, mãos, um abraço. E aquele abraço ia me levar a essa lembrança de luzes e cores, mas lembravam assim, à primeira vista, que depois, as bolas no chão distraiam a mente, e distraiam, eu tentava ler os recados na parede, mas a luz era embriagante, o tempo perdia a si mesmo e a vida se escorria por entre os ponteiros. A dor inexplicável desse dia seguinte, que mais parece ressaca que qualquer outra coisa, continua. E dói, e poe arnica, e dói, e poe arnica. Pega uma novalgina, e tira, mão, um copo, água, copo, água no copo, novalgina, boca, copo, água, boca, engole e deita, cabeça enfiada no travesseiro, aahh, fecho os olhos e ainda estou embriagada pela luz vermelha, pelas bolas estourando, pelo abrir e fechar da porta. Cachaça. Porta. E só mais uma latinha, ai, tá quente. E o balão vai sumindo...



Retrato

Eu fiquei realmente impressionada... juro.
entao, entrem ai http://wiki.inspiira.org/view/Persona/ENFP, respondam, e juro... nao sei explicar, mas 'e de verdade.
(e desculpem a falta de acentos)
quem se enteressar, sou eu: http://wiki.inspiira.org/cgi-bin/bin/view/Persona/ENFP



O Sim

"Esta força é muito simples,
todo mundo vê,
mas passa por ela,
e não procura compreender."

Explosões de cores, pulsações de amor e de boas intenções, isso é, cada um de nós, pulsaçõezinhas, que são uma, Mas Não são, são Um Todo Infinito e brilhante que pulsa mais e Mais quando mais Milagres – atos de amor -. É um assombroso mosaico gigantesco, um incrível Sim Eterno, é euforia e tristeza e pulsação: é bom.
E o mal... olha o mau aqui! É um riso de luzes esverdeadas, é pulsação, e é extremamente igual a mim e a caneta do meu lado. É, e não é.
É preciso santificar cada objeto, cada ser, pois eles são outras pulsações de amor e afeto e – aquela palavra que eu não gosto, mas é a essencial – harmonia. É isso. E não é. É inenarrável, indescritível, mas é exatamente isso.
E é isso o tempo todo, nunca para, nunca... agora está sendo, você está pulsando (mais ou menos de acordo com o seu amor – mas é sempre mais, entende?). E é muito, muito rápido, muitíssimo rápido!, e a vida cotidiana é o espaço entre uma pulsação e outra. Não menos importante, mas pequena, em relação a Todo o Infinito.
Mas não se esqueça, nunca mesmo!, do fazer amor das mãos.
Eu estou falando de uma energia cósmica, de Hair, entende?



Memórias Póstumas

ou Ode ao Príncipe


Era um abismo, um abismo, e eu caia,
eu queria cair,
era bom, eu me jogava, angustiante, era um desespero, eu te amava,
eu odiava,
era assim: "preto, branco e vermelho.",
era assim: "que eu mataria minha própria mãe - mas somente para você. "
era Mad Love, era uma estranha casa em um estranho mundo, era um fio, minha vida. Eu estava sempre por um fio, E o fio era você.
O Menino que iria mudar o mundo, Eu dizia.
E você, eu desenhava, eu escrevia, eu fazia um fantoche para mim,
sendo o seu, me dando de presente, inteira
"O Meu sangue no lugar do seu, querido"
E fiz a carta a ti, a última e a primeira,
"que você necessita somente pedir, menino, e eu prestarei atenção em você e para sempre irei - amá-lo somente"
Era tão intenso, tão bonito, me falta intensidade hoje em dia... ao menos, intensidade-desespero.

,que esqueci meu Harleywish, e esqueci meu Reino Anemico, e esqueci assim quase tudo.
Mas ainda tenho essa lembrança marcada, fixa em verdana dez - e não em times new roman - , essa memória presa na caixa luminosa, contida em letras, luz branca se destacando do fundo-luz preto, em senhorita_ilusao.weblogger.
E certa vez, Harley Quinn te disse, “Rasgue meu coração para fora e me esmague junto com ele. Palavra imóvel, eu te amo somente.”
Imóvel, imutável, inatingível e atemporal, tudo o que você não é. Inconstante como tema central, é você.
Contradição e ilusão, riso e bossa.
Único e transmutável, é você a perfeita definição da insustentável leveza, coloco-te na posição de homem-verbo e faço-te um eterno amante, mesmo que na lembrança, mesmo que em verdana dez.
É difícil achar a razão no seu pensamento se orientando pelas suas palavras, é preciso te ver além-mais,
eu vi, ou foi mesmo só um sonho.



Escorpiões e Borboletas


Ri, e rola, e ri, risada gostosa de criança pequena, de criança, pequena que gosta de rolar e correr e rolar atrás das vírgulas, e vem areia no cabelo. É preto, E ri..., Agora é preto, E parece uma graúna!, Eu rio, E não é que parece?, E ela rola pela canga, rindo, rindo, lindo, areia branca no cabelo preto, graúna, É preto, nem combina mais com praia..., E olho os olhos, verdes, águas, verde-preto, água-graúna, e mergulho neles, são olhos teus, menina bonita, são olhos ateus de quem perdeu a própria vida,
pequena risonha, branca, tão branca, combinando com a areia, combinando com a Remédios, a bela, Aquela, a Mais Bonita, de risada de criança e andar relaxado, de borboletas amarelas e conversas na porta da escola, pulinhos e comentários bobos, é névoa verde que rola, e ri, e rola pela canga que mais parece uma toalha de mesa, mas pega areia no cabelo, areia branca no cabelo preto, e me diz, com o biquíni de bolinhas:
- Eu gosto é dos escorpiões.

ps. donadodesenho



Lava





"Antes de ir embora, ela me deu um abraço."



Chão de Giz

Desço dessa solidão, espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas em jornais de folhas, amiúde...

Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Disparo balas de canhão, é inútil pois existe um grão-vizir.
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar, quem sabe, uma camisa de força
Ou de Vênus

Mais não vou gozar de nós, apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom

Agora pego um caminhão na lona... Vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar
Meus vintes anos de "boy", That's over baby! Freud explica

Não vou me sujar, fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes, já passou o meu carnaval
E isso explica porque o sexo é assunto popular
No mais, estou indo embora... No mais, estou indo embora...
No mais... -

(*)



Desabafo Desinspirado

É incrível quando se descobre que Vê demônios em cristais líquidos e mosaicos, sem nem “saber” que assim são, e só chamando-os Perversos, quando se descobre que o 14:14 é muito maior que um momento do dia e que representa mais, muito mais que os quatro anos na varanda ouvindo kittie e se escondendo dentro do armário escuro.
É incrível, sim, e o mundo se transforma em algo desconhecido e maravilhoso, como disse que se transformaria o índio Don Juan. Mas eu, você e todos nós, líamos Carlos Castañeda como um passa-tempo, por que é sedutor mostrar um mundo assim, um mundo tão imensamente inalcançável se você não estiver no México central aprendendo a Ver e a Não-Fazer com os velhos brujos.
Mas então as barreiras do espaço-tempo se rompem outra vez e se descobre que, desde sempre, a morte está ao seu lado esquerdo, há um braço de distancia. E que não é fantasia, e que mesmo sem efeitos psicotrópicos você Vê. É incrível, a sensação de ser invadido pela não-existência e voltar, porque a morte ainda não quer te tocar. Incrível, incrível e inenarrável... Nem sei por que tentei passar essa experiência por palavras, as vezes e esqueço que não adianta falar de Poder, só basta Sentir.



Macaé

good mornin', good mornin'!
... E nossa vida será um musical!

Foi bonito e as palavras sumiram,
foi bonito e eu me sinto num abismo,
caindo, caindo, caindo, caindo...
Eu que me joguei, a gente é que se joga,
e é tão bom cair, é tão bom se deixar esvair
pelo vento.
e eu perco o seu nome numa gaveta,
num exercício de teatro, num Club Social,
e me encontro perdida na carne fria
e, e, e - tão horrivelmente perfeito, êle
tão completamente Olhos Brilhantes,
Azul Macondo, assim... Romance e Musical
E nem um beijo no final
[feliz,
Porque o Peixe tem o nariz torto.

- desentorta...

Saudades do Felipe, ele chega logo,
ele chega logo... dessa vez, de vez.



Lindonéia Desaparecida




Para quem interessar.



Espera

e se passam quatro horas e eu fico deitada no sol que passa pela fresta da janela do quarto, e se passam quatro horas, e eu fico me mexendo apenas para acompanhar o sol... durante quatro horas.
Desacreditando que isso está acontecendo de novo, e de novo, de novo.
Tomo mais calmantes, mas não consigo dormir.
Ligo a tela luminosa, vou me distrair, vou esquecer, e desacreditar que isso está acontecendo outra vez. Olho o relógio, 12:17.
Choro.



Festa!

Na varanda às 9hrs deste sábado, porque eu vou crescer alguns centímetros.



3,
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Carta com uma imagem na mente

Vejo as tristes redes,
que de tristes tem mesmo só o adjetivo,
e penso em você,
porque a imagem de pescadores é bonita
cada instante bonito que me passa,
eu penso em você
penso que quero dividi-lo com você
e agora, eu vejo as redes,
tão tristes e tão bonitas,
enquanto o sol preenche cada espaço vazio,
tão triste e tão bonito,
que de triste tem mesmo só o adjetivo
Sinto falta de você aqui perto de mim,
Pra mostrar os espaços vazios ocupados pelo sol.



Tchaca Tchaca na Buchaca

e durante toda a madrugada nós gargalhamos da piada.

"Felipe e Ba
Estão a se gostar
Felipe e Ba
Vão se beijar

Ba e Felipe
Fazem piquenique
Ba e Felipe
Fazem tremilique "



Suzana

Quando o quarto se torna mais frio que a sala mais fria do que a noite fria, mesmo quando não se espera estar fria, porque afinal, é de ventilador, é quando me sinto sozinha. Que na sala, o frio arrepia os braços e os lábios e unhas vão arroxeando. Te procuro pelos uniformes e sainhas, te procuro pelos cabelos e sapatilhas. Eu te procuro parada, mesmo sabendo que você não está na sala. E as mesas não são laranjas e o quadro negro é tão negro, mas ao te tentar, eu grito: Suzana! E você não tem os cachos e nem o sorriso e nem a bondade de criança gordinha que me persegue pelo pátio do colégio. Mas eu sussuro: Suzana... Mas cadê? Não existe Suzana na Sala. Não existe Suzana no quarto. Neste mundo, não existe mais Suzana. E me estou novamente sozinha na frente do computador, e é nessa hora que a visão embaça enão consigo mais escrever.



Não é nada,

é que eu me sinto um pouco sozinha, aí a vista embaça.



Casa, Barraco e Jardim

E dentre os escândalos e distúrbios do dia, minha mãe senta e pergunta aflita, Você está grávida?, que os enjôos e desmaios, e mesmo as dores de cabeça e estomago, têm se tornado mais freqüentes, então eu a Vejo, e olho com cara de desentendida, É claro que não!, e essa resposta que seria certamente mentirosa tantas vezes antes, era tão verdadeira quanto o meu medo nos últimos dias ou os enjôos e desmaios e as dores todas, que de tantas se tornaram incontáveis. E tudo isso acontece pelo cheiro do Daime que não sai do meu hálito, dos pios dos pombos que se tornam mais altos a cada dia, das casas que se tornam barracos , das mentira que crescem como nuvens negras, dos pesadelos que se tornam veneno na madrugada e da solidão que é lava,
Cobre tudo.



Relato de Sonho 0.5

Esta noite tive um sonho esquisito que não vou saber explicar nem como nem porque foi esquisito, era uma sensação esquisita de estranheza no ar. Estávamos eu, você e seu primo João numa espécie de lan house, bem escura e apertada, jogávamos Heroes. João tinha uma cara familiar e um tom seco comigo, ele me cortava às vezes mais isso era bem sutil, eu não estava me sentindo incomodada. Você ganhava o Heroes, mas estávamos falando de Deus também.
Então aconteceu uma distorção de espaço tempo e nós dois então estávamos numa combi chegando ao Largo do Machado, decidimos saltar ali mesmo porque ela iria continuar até o “Hotel Não Sei O Quê” que era longe, e ali era mais perto para minha casa, estava escuro e apertado na combi, saltamos.
Em alguns rompantes nós voltávamos a estar na lan house com o João, lembro de ter durado muito tempo isso, encontramos o Cedric lá dentro também, nesse momento a lan house não estava tão apertada.
Quando saltei da combi eu vi o Vianna, ele também tinha saltado, e tinha mais alguém comigo, mas não lembro quem.
Numa outra distorção, eu estava em casa com vários amigos seus, e alguém me perguntava por você (minha mãe ou minha avó), daí eu percebia que tínhamos nos perdido quando saltamos da combi e fui tomada por uma tristeza gigantesca. Queria descer para te procurar, mas não podia deixar os seus amigos lá em casa sozinhos.
Voltei a estar com você e João na lan house, jogando e falando de Deus. Acordei, foi esquisito.



The Ruby Shoes


Follow the Yellow Brick Road. Follow the Yellow Brick Road.
Follow, follow, follow, follow,
Follow the Yellow Brick Road.
Follow the Yellow Brick, Follow the Yellow Brick,
Follow the Yellow Brick Road.


We're off to see the Wizard, The Wonderful Wizard of Oz!
You'll find he is a whiz of a Wiz! If ever a Wiz! there was!
If ever oh ever a Wiz! there was The Wizard of Oz is one because,
Because, because, because, because, becaaause...
Because of the wonderful things he does!
We're off to see the Wizard. The Wonderful Wizard of Oz!...



Poema Sujo

bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era...
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia
perdeu-se na profusão das coisas acontecidas
constelações de alfabeto
noites escritas a giz
pastilhas de aniversário
domingos de futebol
enterros corsos comícios
roleta bilhar baralho
mudou de cara e cabelos mudou de olhos e risos
mudou de casa e de tempo: mas está comigo está
perdido comigo
teu nome
em alguma gaveta
Ferreira Gullar
(apenas a parte que vou recitar amanhã)



éramos um grupo



antes não era essa, não era vermelho, era azul.
um azul mais escuro que o dia e mais claro que a noite
desses que combinavam com pastas rosas da liv.
a primeira vez que eu fui, eu vi a mel de saia indiana.
m'apaixonei. eu corria praí lá.
depois virou rotina,
gostava mais do que de Florbela Espanca
éramos um grupo.



Greve Breve

Não liga pra esse e-mail que eu não vou fazer reevisão, não liga, não liga mesmo, que eu já estouu mais pra lá do que pra cá, e como dizem mesmo? Jacaré? Attrás do beija flor teem a flor. É o que dizem, estou trocando os pés, e os braaços e os cascos, casacos e tecidos confundidos pela luz néon. Luz néon de puteiro, até parece mesmo um puteiro por essa atmmosfera lúdica e viril que dá a ti, e a mim, e a nós, nessa minha imaginação louca de bêbada que troca os braçoos e está mais para jacaré, que não faz revisão de texto e te escreve só mesmo pra dizer que é louca. Essa, sou eu. Odeio escrever em terceira pessoa, pareço ridícula, mas é mania, mania de ser ridícula. Eu tenho, você já deve ter percebido. E estou escrevendo mesmo pra dizer que senti vontade de te ver. Agora. Aparece, que eu vou ter vergonha de te procurar, por causa da mania de ridícula.



Eu sou Krishna



Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama Hare Hare

Love love... Love love... Drop out... Drop out...Be in.. Be in
Take trips get high...Laugh joke and good bye
Beat drum and old tin pot... I'm high on you know what

Marijuana marijuana
Juana juana mari mari
Marijuana marijuana
Juana juana mari mari

Beads, flowers, freedom, happiness
Beads, flowers, freedom, happiness
Beads, flowers, freedom, happiness
Beads, flowers, freedom, happiness



Alguns

Retratos que não eram para capa



Eram pura contra-cara.



Samba de Paulista

De tanto levar flechada do teu olhar
Meu peito até parece, sabe o que?
Tábua de tiro ao Álvaro,
não tem mais onde furar
Teu olhar mata mais do que bala de carabina
Que veneno estriquinina
Que peixeira de baiano
Teu olhar mata mais
Que atropelamento de automóvel
Mata mais que bala de revólver



A mais linda história de amor

O dia foi. E foi o mais lindo dia que como dia surgiu. Foi amarelo claro de sol aconchegante e azul-maconde de sol viril.
O dia foi passando e encantando, foi o mais calmo e intenso dia que deus criou.
Apaoxonada, foi chegando de mansinho para o dia não notar, era a noite.
A noite era. E continuava sendo numa rotina fria de noite-buendía. A noite era só ela, era tão inteiramente só, e ela, que não conseguiu conquistar o dia.
A niote era sozinha, como já era o destino de qualquer noite-buendía.
Mas então o dia amanheceu, e Tudo desapareceu.



A mais linda história de amor e morte das cartas perdidas

já tenho o título... =´)



zero dois um (um um) três zero sete três, zero meia meia sete

tuu... tuuu... tuuu.... tuuu... Esta é a secretária light de três. zero. sete. três. zero. seis. seis. sete. Após o sinal deixe seu recado. piiiiiiiiiiii. Sou eu... (pausa) Fui na aula de desenho hoje, foi um caos, não consegui fazer nada... (suspiro) Estou há cinco horas fazendo um trabalho cheguei em casa agora e meu irmão não me deixa usar o computador para eu terminar e é o único que tem entrada para disquete e ele fica no msn aaaa eu estou com tanta raiva (soluços) estou pirando preciso de você eu te amo minha irmã está dando uma festa não consigo pensar com o barulho( pausa) Eight days a week, lembra? está tocando... precisava falar com alguém, então estou falando com a sua secretaria eletrônica, porque você não atende. (suspiro) Me sinto sozinha. cléck.

(pá pá pá pá pá e cinco tiros na cabeça)



Sobre Nós - Weathershow

People wait
They sit in and watch the telephone
People cry
When all they're wanting turns out wrong

It's strange
Rearrange
It's just change

Be a girl
See how hopeless she can be
With the boy
Who gets you on a see-through lead

It's strange
Rearrange
It's just change

And the rain
Never stops for anyone
And the cold
Just gets worse while we grow old
The one
Who loves the sun
Here they come

The Gentle Waves



Para quem interessar

Arh, começo a sentir nojo disso tudo de pedante que cada vez mais vejo em você... Saiba que ser pedante não significa escrever bem... e você, querida, mesmo que pense o contrario, com sua linguagem pseudo-rebuscada não chega nem perto disso, não se iluda, não é usando palavras "difíceis" e emperequetações sem nenhuma relevância que conseguirá produzir boa literatura, no máximo mostrará um grande empenho na utilização do dicionário, mas escrever bem, não , nunca. Para escrever bem é preciso muito mais que palavras bonitas...

(Porque eu prometi plagia-lo enquanto rouba os textos da Ieda Marcondes, mas no final, serei eu que a matarei.)



Eu sou sua menina, viu? Ele é o meu rapaz.


O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele fica toda arrepiada E
me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor, tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo e me crava os dentes

Eu sou sua menina, viu? E ele é meu rapaz.
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz...

O meu amor, tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de posar as coxas entre as minhas coxas quando ele se deita

O meu amor, tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se meu corpo fosse a sua casa

Eu sou sua menina, viu? E ele é meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz...



Dois Anos e Meio

Ele tinha os olhos mais azuis que Macondo poderia ser, era um Buendía, falava pouco. Era uma voz grave que ele soltava pra dentro e ela mal ouvia, demorou em se acostumar e entender o que ele dizia, o que dizia com os olhos translúcidos que tinham tanto tom de amarelo-gato. Eles se amaram escondidos nos terraços, em cima das mesas, e na porta das garagens. E então ela foi embora e ele ficou.
Dois anos e meio, ele disse.
Três, ela corrigiu.
Dois anos e meio, ele falou outra vez, mais firme do que nunca falou nada, tão firme quanto escreveu no papel rosa da hello kitty “Atenção!”.
Ela sabia que ele estava certo. Doeu um pouquinho, ela já estava apodrecendo por dentro, mas foi em frente com o rancor dos beijos na testa. Ele usava um anel na mão direita, tinha topete e uma sandália preta e laranja, ele era Outro, com os mesmos olhos azuis Macondo. Ela foi viciada e estuprada, comeu terra e sacudiu os ossos dos mortos, virou atriz e desenhista e dançarina, sempre seguida pelas borboletas amarelas, morreu três vezes naquela mesma pedra.
Ele disse com desprezo: Você ainda rói as unhas.
Ela foi andando e chorou com os pés sangrando, sentou no balanço do parque e chorou, chorou a alma apodrecida, parte dela morreu naquele dia, dia dos dois anos e meio, e balançou. Sempre teve medo de balanço, mas dessa vez não teve a sensação de presságio de sempre, não deu medo.
E ela balançou, balançou, foi mais alto do que nunca, balançou a tarde toda, e subiu aos céus como Remédios, a Bela.



Trem das Onze

Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã
E além disso mulher, tem outra coisa
Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar
Sou filho único, tenho minha casa pra olhar
Não posso ficar, não posso ficar...




as vezes dói tanto que eu não sei se compensa...


fazendo bolinha e esperando você voltar



Três - Delírium

Chama-se Três, e estas foram algumas etapas:





Sonho

Hoje eu sonhei um sonho feio/bonito, com declaração de amor pra pessoas antigas, com Laza, pedrinhas do chão do rancho, e um pedaço de toco de árvore que eu subia pra escapar dos lobos que eram lobisomens, Você me salvou e depois eles vieram matar a gente, eramos 250 pessoas e 700 lobos, foi uma matança, um horror, nós fugimos, e eles nos perseguiram por muito tempo... A mãe da Lorena nos traiu, ela estava do lado Deles...

... Eu disse seu nome bem baixinho, você virou, e eu abaixei a cabeça, levantei, corri até você, e você riu, disse uma bobagem e correu de mim, não gosto de lembrar dessa bobagem, é verdade nos meu sonhos, e você correu eu corri e você já tinha chegado lá, os lobos vieram, na verdade, eram outros animais, o lobo veio depois, atrás deles, e não sei se ele estava me salvando ou me atacando também, eu tinha subido numa arvorezinha, era um tronco quebrado que estava no meio do caminho, eu tinha muito medo e fui gritar por ajuda, eu gritri "felipe!" e epercebi que ele não estava ali, ele não existia ali, e então gritei seu nome, gritei umas três vezes, gritei "socorro", você veio...

... e nós estavamos amarrados.... eu tinha medo, me sentia segura... eu disse no seu ouvido que eu ainda te amava, eu tinha muito medo, me sentia muito segura... E quando eu te disse isso eu percebi, eu não te amava mais.



Paper Doll

kittie me lembra tempos bonitos de 2002 e 2003, tempos de vestido de papel e porta da edem, tempos de procurar drogas com o peruano e acabar no shopping, tempos de trio, de jonny, de ci, kittie me lembra discman azul, kittie me lembra a rosa desenhando a hello kittie , me lembra a parede azul do mindigal, a liv com sua pasta rosa, e o rafa com sua blusa amarela... me lembra a larissa de preto e a rachel de cabelo comprido, me lembra o frodo, o luis, e tudo tudo Tudo o que significou pra mim o Entrar na Edem. Mas me lembra também a última vez que eu fui no rancho, a varanda do cachoeiras e Eu e João, lembra roxo, kittie é Tão roxo... lembra até o André...
Ouvir kittie depois de tanto tempo me dóium pouco, dói o coração, ainda me sinto uma boneca de papel, e me pergunto, porque é que eu estou queimando?



Your Sexy Brazilian Name is:
Danyela Tavares



Kurt.



Quero sempre me lembrar do chiclete verde, redondo, macio.
Quero sempre me lembrar do seu cabelo vermelho comprido.
Quero sempre me lembrar do jeito que corri na fila de espera pra te dar um abraço apertado, do jeito que você me disse o quanto se emocionou, de como senti um só coração, de como acordei e chorei.
Foi um momento de felicidade plena, e eu só quero me lembrar.



José Arcádio Segundo

Ele gostava das coisas assim, ardendo o fogo, ardendo o fogo, consumindo, mas devagar, e ele, só olhando, olhinhos de criança, grandes e amendoados, olhinhos cabisbaixos de quem gosta mesmo é de olhar, mas assim, bem devagar..., e por horas o fogo consumiu em poucos segundos aquele papelzinho rasgado, que ele mesmo rasgou p’ra colocar na testa, mas o soluço não passava, ic, não passava, e até doía de tanto tempo que já soluçava, e fez o primeiro, ic, e tocou fogo no resto do papel, ainda com o pedacinho na testa, cheio de baba na testa, com os olhinhos cabisbaixos e amendoados de criança de olhos grandes que gosta das coisas assim, devagar, bem devagar, Que desde que essas matronas francesas chegaram à cidade as coisas mudaram, passa tudo mais rápido, tudo mesmo, até a chuva não tardou em estiar, e a companhia bananeira, as missas da igreja, e mesmo o trem cheio de mortos que sai todos dias as seis da tarde, agora, corre mais rápido pelos trilhos enferrujados, e o menino se lamenta com os olhinhos amendoados e grandes e cabisbaixos que vêem com atenção o fogo chupar o papel, em segundos, devagar, fibra por fibra, devagar.



IMPORTANTE

você que lê esse blog, gato pingado em copo vazio, é importante que saiba que esta página de textos e imagens não é constancia de vida, se voce lê e se identifica, ou só gosta, ou só acha mesmo uma besteira, éuam merda que seja, é importante saber que eu sou uma pessoa perturbada, mas não Tão perturbada, eu escrevo aqui quando eu estou perturbada, por isso dá aparencia que assim seja o tempo todo, mas não é, eu juro. É por isso que eu quero que saiba, eu me sinto feliz, feliz mesmo, se não consegue entender, deveria experimentar, é bom.



pudim de groselha


Mais bonito que um pinguim.



Ba | 17-07-2004 12:11:00

"Malditos poetas concretos.. gosto da poesia concreta..
- Fiz um comentario bom, grande e bonito, no entanto foi apagado *puf! não gosto do blogger, ele não gosta de mim. Normalmente gosto de quem não gosta de mim, mas com ele é diferente,
é maquina.
Maquina pré-programada p'ra me destruir.
Quem sabe não acabo conhecendo o filósofo... quem sabe?
Ei, você conhece o meu Poeta, Chico? O que houve com ele...? Sumiu, sinto falta dele.. =O que vc quer colorir? Quero também, mas de preto e branco, é tão bonito... Boa sorte na sua auto aceitaçao, um beijo Srta. Ilusão
Ba 17-07-2004 12:11:00 "



Um sonho ruim que se disfarça em voz doce.

você nao conhece o meu sossego de morcego
porque voce nao viaja comigo?
dentes cravados no seu sonho-luz
sem destinatário, envio cartas azuis
eu sou o desespero mantido e contido
porque voce nao viaja comigo?



solidao-palavra

`Procuro e reprocuro. Nada se encaixa e nada sai. ~e tanta falta do que pensar-fazer-testar. Não vou corrigir erros de digitação, não f vou apertar o backspace, de forma nenhuma, nem q por fazer aissim ninguém entender, não quero mesmo, jsó ah”!””!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! solidão-palavra, que cobre tudo, amargura em mninha boca, sorriu seus dentes de chumbo... solidão-palavra, gravada no coraçcao, resigna de um muro, ah, meu muro das lamentações, lamento não ter do que lamentar, lamento não apertar oq eu não quero apertar, o botão, a volta, tecla por tecla, consfuso pensamento. Dou backspace demais na minha vida. Desilusão, dei-mee um beijo agora, quero esticar minha mão esquerda e conhecer a mulher mais linda entre as mulheres, aquela que me pintava a perna, quero esticar minha mão esquerda sobre o seu rosto e fazer da nossa areia de cores de todas as cores a eternidade. Qeuero dormir pra sempre e acordar para a esfinhe(g) do seu lado. Ao seu lado sempre, para lembrar o que o velho cigano me disse. la melancolie. a verdade mesmo, ~e que me sinto muito sozinha.

(e por favor, sem comentarios reconfortantes)



Diálogo I

- Me dá um conselho?
- Sim..
- O que eu faço?
- Agora?
- A partir de agora.
- Como assim?
- Me perdi... e nem sei quando foi.
- Se encontre.. No que vc se perdeu?
- Nao sei, em tudo, eu acho.



queria falar, só falar, entende? numa boa.... mas nao posso ligar, nao tem como. e tambem, ia dizer o que? lucas ligou te procurando, ? ah! AH! como é que cabe tanto desespero numa pessoa tao pequenininha?



toda partezinha de mim, chora.

Prendo a morte na garganta, a doença sai pelos olhos, treme e boca, treme a mão, prendo o ar. perguntas perguntas perguntas. chorar faz barulho, odeio isso.



esquiando.


ah! sempre levo susto quando sou comida pelo monstro feio da neve.



Te liguei tantas vezes hoje, mas seu celular não atende. Queria muito falar com você, ouvir voz conhecida dizendo estar com saudade. Sabe, estou com saudade. Tem água saindo pelos olhos, e não sei bem porque. Na verdade, não faço a menor idéia de por que isso acontece. Sei que quando acontece penso em te ligar pra dizer “to triste”. Que nem quando você me dizia quando eu te via chorando escondida no quarto, e eu perguntava porque e você respondia que a vida é sim, tinha dias que a gente chora. Mas eu não ligo nessas horas, quando a água cai, que você é muito preocupada e se eu te dissesse “to triste” você ia largar esse barco e vir direto pra cá me dar colo, eu sei. Mas sabe, sabe? Claro que sabe. Também acontece com você, de ficar triste e com dor no peito, tristeza de graça, de estar sozinha no quarto depois de voltar de uma festa, e então, fica triste e com dor no peito e arde as maças do rosto e cai água do mar dos olhos de deus, digo, dos seus. E aí passa o tempo e você esquece, e toda aquela dor que você se pergunta de onde é que vem, some. Acontece, não acontece? Comigo aconteceu agora, e quando sumiu, te liguei de novo, e olha!, não foi que a sua voz atendeu?



papai e mamãe fazem falta.



de manhã

Talvez seja o calor, o embrulho no estomago, ou mesmo o suor nas sobrancelhas. Pinga. Pinga. É como tinta na veia. Sozinha na veia.
Acordou com o peito molhado de suor, o corpo molhado de suor, o lençol enrolado na perna esquerda, o sol batendo nos olhinhos comprimidos, sonhando sonhos bons de pesadelos, de menininha pequena que não quer mais acordar. E murmura baixinho, Mamãe, mamãe, não quero acordar. E acorda e a mãe não está lá, e já não é mais tão pequena e já não pode controlar o seu não-acordar.
Que toda noite chora porque sabe que no dia seguinte vai ter que acordar.
E acorda. Enxuga a testa. Suspira o ar abafado. E não abre os olhos. Não, não abre, que se abrir vai ver o teto, e não quer ver. Tateia a beira da cama ainda de olhos fechados, treme a boca, treme a mão, rola pra esquerda com força: PAM.
Cai no chão.
Levanta com esforço, os braços estão bambos. Pinga suor da testa. As pernas estão bambas. Ela encara um ponto fixo com olhos ateus e implora, Deus, dê-me estímulo para viver.



Minha flor serviu?

Mozart sempre te lembrou seu avô, e então a minha falação, desligo o som, você suspira, moça. O Barulho te desconcentrava, fazia até desligar o Word. Que desconfortava a sua solidão de menina pequena, abaixa um pouco?, Dizia-me. Era ordem, não pergunta. Televisão pra você só era bom de madrugada, quando passava anime, suspira, respira fundo e suspira um suspiro de reclamação, coloca o fone e vê o skype... ninguém., eu sento, aumento o som do telecine, você olha pra ver se é cult, fazendo ar de apatia, mas não poderia esperar mais nada de mim, que eu gosto de colocar no pipoca, bem alto mesmo, pra rir de pastelão. Você liga los hermanos e coloca ao máximo no fone d’ouvido, random, ainda mais barulho pra sua cabecinha, mas pelo menos tenta esquecer que estou ali do seu lado, te olhando, ignorando a tv, que esse castelo só te prendeu, barulho que desconcentrava, que a música explodia nos seus ouvidos, mas a apatia continuava no seu rosto fingido, eu encarava sua nuca, chamei uma vez pelo seu nome, você não ouviu, cantava baixinho sem deixar sair som dos lábios.
Mas mesmo assim eu sabia, cantava aquele trecho de onde o barco foi desabar. Era a nossa música, ainda mais agora, Deus parece às vezes se esquecer. Você, se escondia no fone de ouvido, passando o dedo pela tela-plasma, eu tinha vontade de chorar, quando é que tudo foi desabar?
Guardei-te assim: escrevendo contos sobre seu avô, ouvindo Mozart, para esquecer que eu estava no andar de baixo.
Guardei-te assim: com as janelas abaixadas, passando o dedo pela tela-plasma, fingindo apatia enquanto ouvia los hermanos, para esquecer que eu estava ali, bem atrás de você.
Guardei-te assim: na porta da vila, vindo me entregar nossas lembranças, fugindo de mim, tirando sarro só pra ver se conseguia despertar o meu amor.
Vejo-te assim: Fumando Hollywood azul, na porta do cinema, fazendo ar de apressada pra não dizer porque me procurou depois de tantos anos, pra não dizer que descobriu que quem lhe enviou a flor fui eu.



desenho F



Ba bab du ba ba bei du! tanana tanana...



As formigas se espreguiçam pela manhã quando acordam.

Eu não,
tenho preguiça.



Isso não é de pelucia, juro.
Mais ainda, eles andam bonitinho, como Jawas.



Poucas coisas me encantam mais do que sua voz quando acorda
, dá uma ternura



Eu gosto do tom da voz dela quando me diz, Babooshka.
Eu gosto especialmente de fechar os olhos e ouvi-la dentro de mim dizendo Babooshka-ya-ya, quando faço isso, lembro de sorvete e do sonhar.
Eu lembro do gosto do Babuska de chocolate e do meu avô me chamando assim.
Eu lembro de criaturinhas com orelhas parecidas com as do lacaio do Jaba, cantando e pulando e dançando perto da trave direita do Rancho Santa Mônica.
Há muito tempo, vi essas criaturinhas lá... dançando e pulando, elas brilhavam, eram bonitas. É, eu sei o serzinho que come o resto da comida do Jaba e maltrata o c3po é feio... mas as criaturinhas da trave do gol do Rancho eram bonitas, juro... tão bonitas quanto a kate bush, repetindo dentro de mim os chamados do meu avô...

E quando abro os olhos...
Gi não está mais aqui.




que quando não sai num instante especial, não sai para nunca mais.
os dias andam bonitos, beleza com cheiro e gosto e cor.
dá até vontade de deixar de lado as vírgulas,
se já não deixou num instante especial, não deixa para nunca mais.
sorria e ouça boas músicas.



suor, calor,
dia ótimo.
noite péssima.
mau humor,
se eu gostasse um pouco menos
se fosse um pouco menos importante
merda! merda, ainda é importante.
merda! merda, porque esses sonhos continuam?
merda, merda merda! porque niguém me escuta?
sou acima de tudo um indivíduo. não sou ele.



Poema

quem? quando vem bate e vai, fica e espera.
esperma.
boca, dente, ente. quente? quente!
sol e azul e verde e nuvem e amarelo e flor e cú.
quando vem,
vai e fica
e vai e bate
e vai e espera. esperma.
pode pensar que nao penso
no que está se expondo, eu e mais ninguém,
o artista é ponto.
é máquina que vai e volta e vai e bate e vai.
isso não é poema!
é palavra única com ritmo trocado
é palavra única que em si é só palavra
palavra uma. só uma.
única e acima de tudo uma palavra
Deus. Máquina. Olhos vidrados de vidro embolsado.
Mas eu ao contrário;
Penso e paro e penso o tenso do algusto de meu noivo.
estou noiva! noiva do sujo, sujo Gullar.
Vou me casar!
Eu e sua catarse.
Eu e o cheiro do seu sexo.
Eu e sua lágrima de fraco escondido do medo,
Vou me casar. Quem?



Um cara cruzou por mim, ele tinha a minha cara.
e gritei: Cara! Ele riu da minha cara.



(Fazendo amor.)

Eu quis cantar
Minha cancao iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e leoes nos quintais
Mas as pessoas da sala de jantar
Sao ocupadas em nascer e morrer

Mandei fazer
De puro aco luminoso punhal
Para matar o meu amor e matei
As 5 horas na Avenida Central
Mas as pessoas da sala de jantar
Sao ocupadas em nascer e morrer

Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raizes, procurar, procurar
Mas as pessoas da sala de jantar
Essas pessoas da sala de jantar
Sao pessoas da sala de jantar
Essas pessoas da sala de jantar
Sao ocupadas em nascer e morrer



Eu amo.
Voce: objeto de descarga do meu amor.

Durmo nos seus bracos como se fosse o primeiro. o ultimo. 'e o primeiro e o ultimo.



Fran

antes de ir embora ela me deu um abraço.



Pois eu,



eu só penso em você, já não sei mais porque em ti eu consigo encontrar um caminho, um motivo, um lugar pr'eu poder repousar meu amor...



Sei que estás em festa, pá
Fico contente, e enquanto estou ausente, guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente e colher pessoalmente uma flor do teu jardim
Sei que há léguas a nos separar, tanto mar, tanto mar sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar...
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente manda urgentemente algum cheirinho de alecrim...

Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente e inda guardo, renitente, um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente esqueceram uma semente nalgum canto do jardim
Sei que há léguas a nos separar, tanto mar, tanto mar, sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar...
Canta a primavera, pá!
Cá estou carente, manda novamente algum cheirinho de alecrim! (dançando)

Chico Buarque



um pouco de vergonha em dizer... am, bem... eu tenho um fot-fot-fotolog



R.

Eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a Morte Chegar!
Porque, longe das cercas embandeiradas que separam quintais, no cume calmo do meu olho que vê, assenta-se a sombra sonora de um disco voador!


Não leia, lamba essa tela de luz. cheire e toque e sinta. Sinta a voz que entra pelo seu peito e não pelo seu ouvido, sinta a voz que vem dos seus poros e não da caixa de som, essa voz que é sua e minha e dele que não se sentou, voz que rosna e salpica e grita: Gita... Gita... Gita!

Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado

Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar

Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou

Gita gita gita gita gita

Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição

Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada

Por que você me pergunta
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar

Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim

Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra A tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor

Eu sou a dona de casa
Nos pegue-pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo
Gita gita gita gita gita...

Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão

Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio



Oh, céus. sonhos horríveis.
Horríveis mesmo, e pesadelos com o último filme do Harry Potter.
O Igor Karkaroff me perseguia, mas tinha mesmo era o rosto do tal do Crouch jr., olha, eu pulava bem, nem magia usava! Ah, claro, eu era o Harry Potter. Mas eu era eu, entende? Acho que entende. E deu medo.
E lembro de estar numa sala, e alguns professores estavam comigo, não lembro quais. Eu dizia para eles que estava com medo de duelar com Você-Sabe-Quem, e de fato estava, não lembrava das magias, só conseguia lembrar das Três Imperdoáveis e não saberia usá-las. Pedia para que me dissessem rápido qual as palavras, só pra eu lembrar, mas eles se recusavam, e tinham medo também. Alguns aurores estavam na sala lutando contra Você-Sabe-Quem, e eu no quarto.
Então me chamaram ao corredor. Era Voldemort. Eu tinha muito, muito, medo. Ele disse que me daria uma chance. Na verdade percebi que era um truque, mas não entendi porque ele precisaria de um truque. Ele falou para eu mandar a magia tal, que não me lembro agora mas era uma dessas fraquinhas, e que ele mandaria a mesma, ele me deixou encostar a varinha em seu peito e.. am, eu tinha medo dele usar Avada Kevada. Mas resolvi aceitar. Eu enfiei a varinha no coração dele, e tirei e enfiei de novo. Sei que isso estava no trato, lembro que não conseguia mandar a magia direito e que a luzinha vermelha saía da varinha beeeem devagar. Eu estava com medo, ele estava mandando para mim a tal magia, a mesma que eu mandei, percebi que ia me foder,

E acordei. sabe, eu acho que morri no sonho.



Eu gosto dela.



Um sonho que não é só meu.

Ele está no gelo, está quente.
É Alquimista e astronauta, é viajante e mensageiro.
Ele canta uma canção bonita que diz:
"Não corra só caminhe e caminhe (...)
Em algum lugar da sua mente você sabe que está bem(...)
por trás dessas nuvens estou quase em casa"
E ele sabe que está.
Ele escreve num papel sua mensagem.
Ele está no gelo, está quente.
Sua filha chora longe, e ele sabe que chora.
Mas agora ela não deve chorar,
Ele está quase em casa.
Mont Blanc antes da Nevasca



Ócio. tento me distrair, uma notícia me chama atenção: Um alquimista brasileiro perdido em montanhas europeias. Ã? Alquimista? E começo a ouvir. Foi em uma viajem escalar montanhas europeias. Nevasca. pessoas desesperadas há dias em tentativas de resgate. Nenhum sinal de vida. E no meio da neve encontraram uma anotação do dito cujo, um papelzinho que dizia:
Estou vivendo experiencias mágicas. Deus é grande!

Como ainda se preocupam depois disso? Meu Deus, um papel no meio da neve... Fiquei tão feliz de ter visto isso. lero lero...
Estou leve, tão leve. leveza boa, dessas que faz sorrir de contemplar o céu.
Olha! tem uma estrela, ela me guiou esta noite. Brilha tão estranhamente mágica. Noite tão estranhamente mágica.

Jyota se jyota jagão
Sadguru jyota se jyota jagão

[acenda minha chama com a sua chama
tire a escuridão do meu coração.

( Flor das Horas )



Listando

Não quero nunca esquecer

André Jahara
Gabriel Monteiro
Frederico Bastos
Felipe Lima
Liv
Rachel Dodeles
Rafael Taygoro

Marina Tolipan Erlanger
Isa Kaplan Vieira

Cecília Lobato Beraba
João Guilherme
João Roberto Wanderley Faissal
Gabriel Dória
Suzana Kolker
Isis Zezza
Vô Chacel

Pedro Monte
Diego Cruz
Luciano
Diogo Ribeiro
Lucas lodi
Laura Tûk
Ana Chacel

Amanda Chacel
Rafael Zettel
Mãe
Pai
Mag Bicalho
Jayme
Laila



Madá

coisa de orkuteiro

Tratando com o meu subjetivismo, um testemunhal como forma exata.
Que é de longe a Madá, e de perto é ser que não é. Construa a relação, desse ser que é e não é.
É como impressionismo, é Madá.
Para mim, só é de longe, e é Madá.
Cada detalhe desse rosto, que quando vi pela primeira vez tive que, compulsivamente, desenhar, trás uma fragrância diferente de Madá. Que na bochecha direita, bochecha que cai quando a boca cai quando o seu céu cai e grita histérica - É histérica, menina – mostra-me a pinta, ponto da questão que não é o ponto de vista, cuspo nessa hora, cuspo nessa hora e digo: Madá, sem ponto de vista!
Mas ela nem ouvir ouve, o que houve e há, é o suspiro de deboche, de como ela é superior a qualquer discussão e não precisa gastar seu latim com tal coisa pequena. Mas eu deixo de lado, só porque é impressionismo. Porque para mim, só é de longe, é Madá.
Mas eu gosto disso, gosto do tango argentino: seriedade, dádiva, paixão, entrega! E dos lábios,
o superior é minusculamente menor,
meticulosamente Madá,
boquinha de puta. É puta. E eu digo: puta! Ela completa com o “francesa”.
E gosto de ver como ela chora, e isso é egoísta, mas é que é realmente bonito, como o nariz fica vermelho e os olhinhos caídos se arregalam.
Deve ser isso: o olhar.
Que não é opaco como o da Rosa, mas brilha. Brilha assustadoramente, por entre os óculos escuros. E ela é para mim, expressionismo alemão.
É especial, e é só por um motivo, que tem o pescoço com fita de couro e a pinta-ponto da questão.



postura e respiração

É desse volta-não volta. termina e re-volta.
revolta. entende? blé.
enfim, está no rio, o problema.
Melhor do que se estivesse em outro lugar...
Ah. Vamos, vamos, vamos parar de reclamar! Eu venero o Deus que habita dentro de mim assim como o meu próprio ser.

Om Namah Shivaya.

Shivaya namaha, Shivaya namah om

Shivaya namaha, namaha Shivaya

Shambhu Shankara namah Shivaya,

Girija Shankara namah Shivaya

E entro num escuro mais denso e profundo, no centro, e do centro vem esse ponto de luz, entro no ponto. E o ponto é espaço, é matéria, é Ser. E nele há milhões e milhões de escuros densos e profundos que continuam este ciclo.
Circulo que vejo branco, mas o sinto azul.
Está tudo bem, está. O dia está bonito, e nessa noite verei a lua no céu, bola brilhante que me traz calma.



Eu sou noiva da Lua

Esta noite me subiu um frio pela espinha, um frio bom, que eu estava deitada de bruços e pude até sentir seus dedos, desenhados pelo Rembrandt, subirem a minha perna desde o tornozelo, mas sem passar da altura do joelho, e assim, meio que sem encostar, eu os sentia, como há tantos meses você fez, na sua casa, durante o carnaval, quase sem encostar. Eu, sem te olhar, deitada de bruços, como nesta noite, em que me subiu um frio pela espinha. Cantarolei baixinho "ele pediu minha mão, mas eu não dou não... não dou não... eu sou noiva da lua...", e assim, pude até te ver, deitado ao meu lado... sorrindo, me protegendo do mundo, "J'ai demandé a la lune... Si tu voulais encore de moi... Elle m'a dit: "J'ai pas l'habitude de m'occuper des cas comme ça". Et toi et moi on était tellement sûrs... Et on se disait quelques fois.... Que c'était juste une aventure... Et que ça ne durerait pas"



De como está distante

Assim é fácil de explicar. Que não vejo seus furacões e explosões cósmicas, ou mesmo, as estrelas intergalácticas. Não acompanho suas mágicas, não entendo tudo isso, só sinto. Se é que sinto, e não provoco isso em mim inconscientemente... Digo, a sensação. Os gostos que mudam. Os cheiros que se tornam diferentes. A gravidade que muda de força. Não vou pr’além do horizonte, da racionalidade. Fico aqui, enquanto você faz sua viajem e eu viro parte de um mundo distante, onde acordo, rio, e te olho, onde você acha algum propósito.
Mas eu não viajo com você, não acho propósito algum.
Espero. Mas você parece não voltar, não voltar nunca...
E quando volta, parece ter preferido ficar. E assim, assim é fácil de explicar.
Que eu quero ir embora, eu quero dar o fora, e quero que você venha comigo.



Atesto:


A Morte não usa óculos.

sem pretensões literárias

Essa vez será a última. A última das últimas, que não vou mais fazer-pensar essa inconstânciapalavra. Que minhas emoções parecem cubinhos da aula de física, f2 puxando prum lado e todas as outras forças de todas as outras siglas de todos os outros nomes para todos os outros lados. Tenho/devo de parar de desenhar (o parto.), (a fecunda) e anorexicas transexuais com patas de cavalo e dorso costurado. Sabe porque? porque são feias e erradas e irracionais. Porque sempre tem pergaminhos nos cabelos e pescoços e partes do corpo, em que confesso em letras minimalísticas, pra quem foi que desenhei, numa mistura entre Senhor dos Anéis com duas letras de notas ocultas. Ou não. Ou nem bem isso assim. Que misturo bem mesmo tudo. E confesso abestalhado que estou decépicionádo . Mas apatia. Mais apatia. ahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha.
A criação em orgasmo-elefante, desespero em olhos-fumaça, da literatura eletantídea que está em baixa atualmente: o gozo. Goza fumaça pela garganta escancarada. O farelo da existência a flor da pele-flor, não em seu rosto, mas em seu tempo expresso na flor das horas. Tempo-Vida.



Anotações de 22 de abril

Anotações no bloco de notas feitas em 22 de abril de 2005 por este que me encanta, e que ilustro com o Primórdio :

8187-3313

igor

Uma música:

Os braços sentem
Os olhos veêm
Os lábios beijam
Dois rios imensos sem direção

Um sonho:

Um menino
Aqui estão os rios
Não existem rios em São Paulo
Você é que não quer ver

Uma pergunta:

Esse caminho tem coração?

Algumas certezas:

Deus existe
Ser feliz é bom
Amo a Ba
Ba me ama



Sabina

E vira a imagem, pra você, vocespecial,

Que assim se observa melhor:

Adjetivos presos
num vidro de inomináveis.

Chapéu e cinto.

Te sinto.


Nessa insustentável Leveza.

Te amo.



O Roubo da Caixinha

Sobre o texto a seguir:
Encontrei-o novamente, quase que sem querer. Tinha salvo na pasta errada e não reconheci o título, que foi dado por mim diante daquelas palavras sem título. Apesar da troca infame de nomes, da raiva toda que senti quando me vi descrita como "Luisa" enquanto ele era Cortázar, deixei o rancor que sentia por ela de lado e guardei o texto, que me embrulha o estomago numa mistura de sentimentos, e dúvidas.




Queimava aqueles pedacinhos de papel como se fosse uma criança, os dedinhos pretos das cinzas na boca, e de novo nas cinzas, olhinhos de criança brilhando, de criança sonhando, criança escrevendo e vivendo, e todos os vários contos de fadas que eu contava , todos os vários contos de fadas que me contavam e que sabia que no fundo era sempre eu mesmo, sempre isso tudo de interno e vivo que não faz diferença pensar e dizer e comer, mundo, que não faz diferença , mesmo assim tão distraído, mesmo sorrindo e se queimando até acabar com toda a parte branca do papel, toda parte viva , tudo aquilo que não quero mais, e ficar parado admirando o fogo, mais um fósforo, dedo na boca, e agora já uma expressão aliviada de quem tira um peso das costas, quem ignora os reclames dos sentidos e tenta moldar a sua maneira aquilo de existência que acredita ter em si, com um olho só colocando o dedo na pequena fogueira de desejos que desenhou no chão do seu quarto, alguma dor , um pouco de orgulho, mas no fim acabava tendo que tirar o dedo numa tácita aceitação de que não era capaz de ir além de meia dúzia de sons e imagens e sensações e [ que sofro mais por estar sofrendo do que necessariamente pelo motivo do meu sofrimento { Julio Garcia : natural do equador, de uma dessas cidades esquisitas que ninguém conhece o nome, o próprio Julio não lembra nada de lá, residente no Brasil desde os 2 anos de idade, atualmente com 25 , Rio de Janeiro, Botafogo, Funcionário Público, e nas horas vagas – na realidade só mesmo nesse instante – queima papéis que pertenciam a uma tal caixa de desejos}] E a caixa de desejos, caixa de madeira, tão pequena que não podia guardar muita coisa, e devia ser por isso que tratava logo de realizar os pedidos que eram amontoados no seu interior como que desafiando-nos a colocar mais, a duvidar de sua potencia, a nos perdemos gradativamente no absurdo de uma crença vazia, num conjunto de sensações, e que se não fosse pelo fator empírico de suas realizações não significariam nada. Caixa de madeira no chão. Pequena pilha preta de papel queimado, de fogo apagado e Julio na cozinha passando detergente no dedo que ardia, pensando se aquilo funcionava mesmo e sentindo-se melhor por alguns segundos até a ardência começar a surgir novamente, assopra, olha a merda que eu fiz, precisava ficar brincando de Deus, e a sensação de derrota , de realidade suja e besta num apartamento ferrado de zona sul carioca, um olhar para o lado como se estivesse fugindo do que via, e de novo os papéis e a caixa e a tristeza que sucede o prazer, arrependimento de qualquer coisa que não se arrependia mas que a situação tornava tudo tão desconcertante e absurdo que se sentiu por algumas horas condicionado a sentar-se num canto qualquer do quarto e olhar para uns livros na prateleira pensando em como é que tinha conseguido chegar até aquele ponto; Algumas lagrimas escorreram [ . ] Ás duas horas da manhã estava dormindo abraçado à caixa de madeira, fazia calor e o ventilador não funcionava, o ar condicionado estava desligado – dinheiro escasso – , o cabelo despenteado e eu suando que nem um porco fudido, uma goteira no andar de cima, uns latidos de cachorro na rua, um lençol velho cobrindo o meu corpo, canetas, borrachas, computadores, e sei lá quais milhões de outras coisas que não mudariam em nada o rumo da história, a não ser é claro se estivesse falando do telefone, sim, o telefone , o telefone que tocava, tocava, e tocava mais uma vez, e mais uma, e só depois da próxima Julio resolveu levantar-se para atender.

(com uma voz sonolenta)Alo?
Um “oi” meio choroso do outro lado
Luisa?
(baixinho) sim sou eu...-silêncio-(respira fundo antes de ir direto ao assunto)Você pegou a caixa?- aquela vozinha chorosa
Peguei, desculpa.
(sem muita alteração) Ta, você pode me entregar amanhã?- silêncio - Julio?
silêncio
(sopro no telefone)Eu queimei os seus desejos...
Os que tinham o seu nome?
Não, todos. (silêncio) Nem cheguei a ler.
(longo silêncio)
Tudo bem, mas leva a caixa lá pra casa amanhã.
Eu levo.
Beijo.
Silêncio.
Tchau! Cleckt. Telefone no gancho, Julio voltando a dormir.

Chico Motta